sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A Ameaça da Gripe Aviária


A Ameaça da Gripe Aviária

O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de frangos de corte do mundo e um importante produtor de ovos. No ano passado, produzimos quase oito milhões de toneladas de carne de frango e exportamos dois milhões. A previsão é de que haja um aumento de 5% neste ano. A produção de ovos foi de 15 bilhões de unidades. Nossa indústria avícola vem crescendo sem parar e o consumo de carne de frango também.
Em 1999, ele era de 29,91 e em 2003, foi de 32,79 kg/hab/ano. A disponibilidade interna cresceu de 4.755.793 toneladas, em 1999, para 5.800.000, no ano passado. Esses dados são da UBA / ADEF / APINCO e IBGE. Até o momento da redação deste editorial, o Brasil se encontrava supostamente livre do vírus da gripe aviária, o que representa uma grande vantagem em termos de aumento do potencial de exportação.
Ao que tudo indica, o temível vírus H5N1 resultou de uma mutação ocorrida em granjas do sul da China. Entre diversas outras características, ele, além de ser muito letal para as aves, também o é para os homens. Trata-se de uma muito temível zoonose. Estamos, portanto, diante de uma grave ameaça que é a possibilidade do H5N1 instalar-se nos aviários brasileiros e fazer um enorme estrago na nossa avicultura e contaminar a população.

Principalmente quando se sabe que as aves selvagens, muitas das quais são migratórias e, portanto, fora de controle, podem ser reservatórios desse vírus. A proximidade de grandes aglomerações de aves, como nas granjas, de grandes aglomerações humanas e de outros animais, notadamente de porcos, representa uma verdadeira bomba relógio que pode explodir a qualquer momento. Além disso, a grande capacidade de mutação do H5N1 tende a aumentar sua capacidade de transmissão de pessoa para pessoa, além da transmissão de ave para pessoa.

Por: Eduardo Batista Borges presidente CRMV-RJ